A PROTEÇÃO DOS ROBÔS SOCIAIS EM EQUIPARAÇÃO AOS ANIMAIS
Palabras clave:
direito dos animais, Inteligência Artificial, proteção, robôs sociais, personalidade juridicaResumen
As pessoas tendem a antropomorfizar robôs que interagem com humanos. Este artigo explora se projetar emoções em objetos pode levar a uma extensão de direitos legais aos robôs afetivos ou sociais, análogos aos animais. O artigo examina como a antropomorfização (atribuição de características humanas a objetos não humanos), a empatia e o comportamento violento em relação a objetos robóticos podem influenciar a disposição das pessoas em apoiar a proteção legal para esses robôs. Fundamenta-se em pesquisas experimentais sobre a interação entre humanos e robôs em diferentes cenários, os quais demonstram que a antropomorfização do robô, de modo a aumentar a probabilidade de apoiar sua proteção legal. Conclui que a percepção dos robôs sociais como entidades com características humanas e a capacidade de despertar empatia são fatores que podem influenciar a disposição das pessoas em apoiar a extensão da proteção legal a esses robôs, devendo-se considerar fatores psicológicos e emocionais nessa decisão, além de uma abordagem mais ampla para refletir sobre as implicações éticas e sociais do uso dessas tecnologias.
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